Algumas vezes penso poder realizar tudo que sonho
Algumas vezes sonho transformar tudo aquilo que posso
Algumas vezes só penso
Algumas vezes apenas sonho
Algumas vezes quero fazer de mim aquilo que quis ser
Algumas vezes quis querer fazer de mim o que sou
Algumas vezes sou
Algumas vezes. Ai de mim!
Algumas vezes sinto que poderia mudar o mundo
Algumas vezes mudo o mundo e sinto muito por isso
Algumas vezes mudo, mudam o mundo.
Algumas vezes o mundo mudo, por isso sinto.
Algumas vezes acho que deveria pensar
Algumas vezes acho que deveria começar a pensar
Algumas vezes penso que pensar dói!
Algumas vezes penso que pensar é transgredir. E isso é crime!
O que faço quando algumas vezes não faço nada?
Que tal cometermos crimes?
Media Luna é a estância onde viveu a família de Pedro Páramo, livro de Juan Rulfo que busca, uma forma especial e particularizada de compreender a totalidade das sociedades colonizadas na América Latina, estabelecendo na escrita um procedimento de identificação individual e social, em uma sociedade que tem, no conjunto de suas redes de sociabilidade, uma característica já quase que ficcional na investidura de seus entes enquanto atores sociais.
28.5.06
18.5.06
O que faria se me restassem apenas vinte e quatro horas?
Saio do consultório ainda trêmulo com as mãos geladas não conseguindo pensar em nada, apenas na sentença de morte prolatada pelo médico: - Meu amigo vá para casa, fique perto de sua família e em pouco tempo adormecerá para sempre. O primeiro reflexo, após meu raciocínio voltar, foi rir da ironia, então eu, advogado, receberia uma sentença da qual não caberia recurso e o pior, advogar e em causa própria sem variante recursal causa em primeira análise uma revolta.Então pensei, não tenho tempo, são no máximo vinte e quatro horas, para perder tempo com revoltas. Buscarei aproveitar minha vida da melhor forma neste pouco tempo que me resta. De repente uma melancolia me tomou e o cheiro de livros mal conservados da biblioteca da cidade onde cresci me veio ao nariz provocando em mim reações olfativas, visuais, degustativas em minhas retinas que em pouco tempo voltará ao pó.Como poderia eu me resolver e não perder o pouco tempo que me resta? Minha primeira batalha seria me encontrar, sou eu um cético judeu? Ou um católico agnóstico? Parei! Pensei! Consegui no máximo aumentar minhas dúvidas, inclusive porque não me taxar de judeu católico ou cético agnóstico? Enfim todas as variáveis neste cruzamento olímpico são pertinentes para esse pobre impertinente.Já passavam três horas da sentença, busquei imediatamente a segunda opinião médica sobre minha estranha doença, o médico novo pediu-me para que fosse fazer o que eu gostava de fazer, pois não tinha mais de doze horas de vida. Em razão, sobretudo de perder nove horas de vida por cada opinião médica resolvi não buscar uma terceira opinião, mesmo sabendo a prevenção agora soar como ironia pura.Enfim, tinha que fazer uma última refeição com comida e bebida que me apeteciam, afinal depois desta, não teria mais nenhuma forma de exercitar a comparação gastronômica. Pensei em pedir uma boa salada e um suco de uma fruta tropical da época. Mas, rapidamente me veio à cabeça uma voz em alto e bom som: - “Larga mão de ser hipócrita, nada que você comer hoje levará a cabo sua vida antes do prazo dado pelos médicos”. Não reconheci a voz, mas fui obrigado a concordar com ela, afinal embora desconhecida à voz tivesse sua razão!Decidi não traumatizar minha família, me comportaria como um dia qualquer, entrei em casa beijando minha mãe ao rosto e meu irmão na testa como sempre, ao entrar no quarto descobri uma lágrima que fugia de meus olhos e tardiamente descobrir a magnitude da sensação de beijar quem você ama. Não me fiz de rogado, após o banho fui ao encontro de minha amada namorada disposto também a protegê-la, lhe dei uma rosa, um beijo e um abraço apertado, saindo correndo dizendo que tinha pressa, com a voz já embargada.Já tinha passado seis horas da última sentença, resolvi que passaria em uma livraria para comprar um livro que não queria saber qual, ficando a sorte e ao toque de meu dedo em um volume escondido em uma estante qualquer. De olhos fechados passo as mãos sobre livros desconhecidos, usei uma tese, escolherei um que pelo menos tenha o número de páginas suficiente para que possa ficar em pé sozinho. Respirei fundo e enfim escolhi!Optei por passar meus últimos instantes numa praia onde lentamente viveria os últimos instantes de minha vida. Resolvi ir à bela e sempre amada pelos natalenses, praia de ponta negra. Ao andar pelas calçadas de ponta negra entre turistas e prostitutas desembrulhei aquele que seria meu último livro. Me espantei com o autor e título do livro. Gabriel Garcia Márquez Lembranças de minhas putas tristes. Achei o livro propicio, sobretudo pelo local que eu resolvera morrer, andei pelas areias molhadas da praia fui para um lugar afastado dos símbolos da política pública de turismo do país. Enquanto estava concentrado com o livro não vi chegar duas pessoas que me tiraram o livro e a chave do carro e num reflexo involuntário tentei conter os assaltantes quando de repente ouço às minhas costas dois disparos e depois o frio, já no chão entre piscar de olhos e lágrimas e com a respiração ofegante penso: “quanto democrática e globalizada é nossa realidade, deixo de ter um nome para me tornar um número de uma estatística chocante.” Sinto mais frio e vejo próximo a morte, recuso a morrer desesperado e chorando, de repente me vem o velho e bom sorriso no canto da boca. A parte boa, lembrei que a crítica tinha detonado o livro do velho colombiano, então pensei: “Tinha como ser pior. Vai que os ladrões tivessem demorado me fazendo ler o livro todo”.
9.4.06
Que País é Esse?
O hábito de escrever é imprescindível na formação cultural, intelectual e política de qualquer cidadão e, como tal, apresenta um universo novo a ser explorado de forma a incutir o comportamento crítico, sobretudo nos debates e na formação da consciencia coletiva social.
O referido hábito porém pode se transformar numa necessidade incontrolável de buscar expressar pontos de vistas e até mesmo indignações sufocantes da realidade jurídica nacional.
Hoje curiosamente me choca duas notícias, que corrobora com a tese do judiciário/legislativo pelego e da advocacia marginal.
Morre a criança Arthur Blauth Schlobach Santos que tinha má formação do ventrículo esquerdo, durante toda sua vida, ou seja, quatro meses, o jovem Arthur lutou incansavelmente pela vida tendo durante seus quatro meses de vida mais procedimentos e seu pequeno corpo do que durante toda a vida da grande maioria dos brasileiros.
O que vitimou o forte Arthur não foi tão somente a má formação cardíaca, foi sobretudo a peleguisse do legislativo aliada a covardia crônica e ao autismo social do judiciário. O transplante que salvaria o aguerrido Arthur tinha a barreira legal como a única intransponível. A política de doação de orgão deve ter avanços, vejam vocês, o heróico Arthur precisaria de um transplante de uma criança com idade e peso parecidos, imagine a fila de espera esperando uma criança de quatro meses e um pouco mais de seis quilos que caíra de uma moto, ou foi a um baile funk e acabou vítima de bala perdida, ou vítima em um confronto de creches que tentam dominar a venda de leite na região. É inaceitável a mesma política para adultos e recém nascidos. Para o lutador Arthur ter chances ele deveria contar com um gama de criança em sua condições físicas com morte cerebral, o que é deveras raro. O ideal seria compromisso do judiciário em sanar esta querela, crianças anicéfalas não podem ter morte cerebral por questão óbvias, mas, pasmem caros amigos, não são caracterizadas como às que tem morte cerebral mesmo que seu futuros invariavelmente sejam os mesmos.
Ao terminar este domingo, nas últimas horas, vimos uma reportagem que nos enche de desesperança e revolta. Um dos advogados da Suzane Louise von Richthofen que responde processo pelo assassinato de seus país, ensaia com a assassina confessa para se portar de tal forma na frente das câmaras na entrevista, quando chorar, quando terminar a entrevista, que adjetivos usar quando se falar dos irmãos Cravinhos. O Advogado Mário Sérgio de Oliveira foi tido com o responsável pela encenação. É de crucial importância ver a autoria da encenação e cassar a OAB do referido advogado marginal.
Possivelmente iria terminar estas linhas com pessimismo mas, o exemplo do Brasileiro Arthur me obriga a teimar em acreditar que lugar de marginal é na prisão e de que em um futuro próximo tenhamos judiciário e legislativo em sua maioria de homens e mulheres digno de serem respeitados pelo carater e compromisso com o Brasil.
23.3.06
Senhor de meia idade, 40 anos, forte e desorientado
Hoje dia 24 de março de 2006, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB está completando 40 anos de história, conquistas, derrotas e de ultrajantes exemplos de agonia ideológica.
O presente texto é, em todas as análises, uma homenagem ao PMDB que foi o ator principal de inúmeras conquistas do povo brasileiro, entretanto cumpre-me por dever de justiça, falar do PMDB de verdade, de homens e mulheres que com coragem e determinação afrontaram o regime fechado, não este patético PMDB adolescente.
Na instalação do regime militar foi convencionado a adequação ao modelo americano de bipartidarismo, criando o partido oficial chamado Arena e um partido de oposição liderado por Ulysses Guimarães vindo do PSD paulista e Tancredo vindo do PP mineiro, a proposta do futuro Sr. Diretas, que tinha a alcunha de "O Prosador das Arcadas" fazendo alusão a origem ao militante no CA 11 de agosto da Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, foi de Movimento e ação, derrotada pela proposta de Tancredo de Movimento Democrático Brasileiro - MDB, raiz da sigla atual do partido.
O MDB foi o caminho natural para a esquerda que não defendia a luta armada de buscar vitórias eleitorais, como fez de fato o PCB e MR-8, opção chamada de revolução etapista, sendo o Movimento Revolucionário Oito de Outubro a facção mais a esquerda do partido de oposição ao governo.
O partido lidera o movimento de abertura política, a famosa redemocratização, a Anistia aos presos políticos, culminando com a campanha das Diretas Já! nascida por proposta do jovem deputado matogrossense que ficou famosa com seu nome, emenda Dante de Oliveira.
Políticos do quilate de Mário Covas, Franco Montoro, Ulysses Guimarães, Pedro Simon, Lula, João Amazonas, Leonel Brizola se unem pelo movimento que pedia eleições diretas para presidente da república. Infelizmente, o movimento foi derrotado no congresso, mas vence a eleição no curral eleitoral contra o candidato Paulo Maluf do PDS, filho da Arena e pai do PFL.
Ganhou, mas não governou, com a morte do presidente eleito, Tancredo Neves, assume o vice, o recém saído da Arena/PDS, José Sarney, que governa o país no primeiro mandato democrático depois de 21 longos anos, que teve como importante realização a promulgação da atual constituição, a chamada carta cidadã, pelo então presidente do Congresso Nacional Ulysses Guimarães.
O grande partido do Brasil não faria frente ao desconhecido PRN do candidato Collor de Melo, ficando em sétimo lugar nas referidas eleições.
Em outubro de 1992, o PMDB sofre seu maior golpe. Desaparece em um acidente aéreo o Dep. Ulysses Guimarães. Um helicópetero desorientado cai em uma noite chuvosa no mar revolto do litoral fluminense, como se fosse a última e definitiva notícia do Sr. Diretas, fosse também a sina deste partido, perambular deosrientado em mar revolto desde então.
O PMDB sofre uma cisão, nasce então o PSDB que seis anos depois já assume a presidência da república com os dois governos da era FHC.
O PSDB termina seu ciclo e o quarto partido político em força nacional, o PT vence as eleições pondo fim a era Social Democrata, ou como muito chamam, a era capital do Neoliberalismo desenfreado.
E, na semana passada, o PMDB claramente dividido entre a direita e a esquerda lutam para cada um dos lados apresentar um novo rumo para o partido. Dos grandes nomes do PMDB continua firme, forte, atuante e autêntico nosso único grande tribuno em atividade do congresso, Senador Pedro Simon, como se ecoasse o grito de seus pares nos aureos tempo do partido que até hoje teima a chamá-lo de MDB, como em um espasmo involuntário de sua consciência saudosista e desesperada.
O Atual PMDB é um adolescente, pois deve-se contar desde o fatídico acidente que vitimou Ulysses, são catorze anos de desorientação e solavancos inócuos do Sr. Michel Temer e sua política enfadonha, incompetente e desleal, paridora da criatura mais fétida da atualidade, o pequeno garoto.
Hoje, escrevo com emoção em respeito a minha primeira sigla MR-8, pois essa era a sigla do jovens que buscavam o PMDB para aprender e fazer política. Hoje, essa sigla tornou-se uma sucursal Quercista negociadora de petroleo contrabandeado do Iraque no tempo de Saddam. Parabéns PMDB pelo que foi, meus pêsames pelo que é.
11.3.06
11/03/2006 - Um Marco para a Esperança
Hoje se constrói um marco de esperança em uma época cheia de mazelas e transtornos políticos, sociais e humanos.
Em Haia, Holanda, o ex-líder sanguinário Slobodan Milosevic, morre de causas ainda não comprovadas. Entendo que sua morte, como a morte de quaisquer pessoas não pagam por sua perversão, covardia e tirania, mas seu desaparecimento nos deixa com um otimismo por dias melhores. Macedônia, Croácia, Bosnia-Hezergóvia, Monte Negro, Sérvia e Kosovo(área de controle da ONU), hoje vêm o fim de um tirano que não respeitou as diferenças do povo Iuguslávio, que viveu tanto tempo unido por mérito de uma política e atos do homem Iuguslavo que unificou essas terras após a segunda grande guerra, Joseph Broz Tito o General socialista amado pelo povo Iuguslavo e respeitado pelo mundo. As tiranias e covardias de Milosevic já foram registradas no propagandaderefrigerante no texto Guerralização.
Neste mesmo dia o Chile após o Governo de Lagos, com muito mais acertos do que erros, recebe pela primeira vez em sua história a posse de uma mulher para presidir pelos próximos quatro anos. Michelle Bachelet, uma médica socialista foi eleita com apoio do ex-presidente Lagos, tentando dar constinuidade ao seus trabalhos e redirecionando o Chile em um caminho de vitórias e conquistas, quando foi desviado abruptamente em 1973, políticamente com o assassínio de Salvador Allende no palácio La Moneda e dez dias depois, perde sua identidade maior, Neruda morre por não conseguir ver sua gente e sua terra sem sol e alegria no regime atroz de Pinochet.
Bachelet tem a missão se liderar o Chile neste novo momento da Améria Latina, O Brasil com Lula, A Argentina com Kirchner, A Bolívia com Morales, O Uruguai com Tabaré Vazquez, devem mostrar que mesmo com o estado governado por tendências socialistas podem fazer de seus países lugares melhores para se viver e afrontar a política arbitrária e dissimulada de Washington DC, confirmando um sonho de avanço sonhado por Che, JK e Celso Furtado, onde a América Latina possa se resconstruir após inúmeras explorações dando ao seu povo, sua identidade, história, trabalho e dignidade.
Nesta data se lembra dos atentados em 11/03/2004 em Madrid, que deixou a Europa com mesma sensação de insegurança que os EEUU, entretanto, foi o marco que inverteu as eleições da semana seguinte, onde Asnar vê Zapatero assumir a liderança até se tornar primeiro ministro, numa clara reprovação do povo Espanhol as políticas internacionais de Asnar de conivência com Washington. Hoje, temos que chorar e lembrar das vítimas de Pinochet, Milosevic e a mediocridade das políticas internacionais de alguns países, mas, para estas mortes não terem sido em vão é importante que não perdamos a capacidade de indignação e busquemos fazer de nossa rua, nosso bairro, nossa cidade um lugar melhor para se viver, onde a verdade, transparência e justiça sejam regras e não exceções.
15.2.06
Sou do Poder Judiciário, mas sou honesto!
Nos últimos dez anos se tensiona a questão da reforma do judiciário no Brasil, sempre com um novo escândalo se vem a tona com o tema polêmico, importante e necessário sua resolução para consolidarmos de vez a democracia no país.
Serei contundente pelo simples motivo de por dever de ofício e de berço não furtar a expressar-me diante da aberrações do poder judiciário, lógico que o poder judiciário brasileiro tem homens e mulheres da estirpe mais nobre e transparente e a estes e estas a generalização não os macularão, pois suas vidas profissionais e condutas éticas serão testemunhas de suas dedicações ao direito.
O Poder Judiciário atualmente é tão servil aos interesses políticos como o do regime militar e tão corrupto quanto no tempo do império.
A cena nacional hoje, horas antes do julgamento da constitucionalidade da resolução moralizadora do CNJ que acaba com o nepotismo, vê o judiciário como partícipe das principais mazelas nacionais.
Os tribunais de Justiça dos Estados buscam a todo tempo procrastinar a efetividade da decisão do CNJ de exonerar todos os servidores comissionados parentes de desembargadores.
Em um país onde um salário mínimo acaba de chegar a 150 dólares, parentes de juizes e desembargadores podem assumir cargos por indicação de até 3500 dólares e, para isso, quando precisa ir trabalhar, só o fazem por quatro horas.
O Nepotismo é um equívoco, defendê-lo é criminoso, por isso, o Brasil fica mais desacreditado nesta instituição secular, e seculares também são suas práticas promiscuas, pois quando um órgão busca moralizar a Conduta, este é atacado de forma, que se pensa marginal ser o que tenta moralizar, confirmando umas das máximas do nosso patrono maior, onde siteticamente falava em"De tanto ver prosperar a mentira, chegará o tempo onde o homem honesto terá vergonha de sê-lo". O CNJ é atacado como é a personagem principal de "O inimigo do povo" de Ibsen é acuado e atacado como este, o CNJ, fosse o grande responsável pela promiscuidade do judiciário.
E hoje, o Poder Judiciário, desta vez o paulista, avança um longo caminho na contra-mão da história e afronta todo o país por mais uma conduta nefasta e criminosa.
O Coronel responsável pela invasão e massacre do presídio do carandiru, que tinha sido condenado a 632 anos de prisão, teve a sentença do Tribunal do Juri anulada pelo TJSP pelo argumento pífio de "cumprimento do dever".
O Tribunal de Nuremberg que julgou os crimes do III Reich não aceitou a tese de cumprimento do dever condenando os comandates de Hitler, a Argentina recetemente com Kishiner condenou os responsáveis por torturas, homicídios e desaparecimentos no regime militar portenho.
Nas próximas horas o STF terá em suas mãos a chance de começar a mudar a impressão do povo Brasileiro quanto ao judiciário, terá a chance de confirmar a constitucionalidade da resolução antI-nepotismo do CNJ e começaR um movimento salutar de estudos e debates para uma reforma do judiciário serena e firme, para de fato fazer da democracia no Brasil um monumento firme, inquebratável e imparcial.
Finalizo este texto citando por dever de justiça o Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito Leopodino Marques Amaral, juiz, filho de indigenas, que foi brutalmente assassinado por denunciar uma máfia de venda de sentenças no judiciário matogrossense, onde falava " não sou a favor da reforma do judiciário, pois reforma parte do pressuposto que se deve aproveitar algo do judiciário Brasileiro, pois deste nada se aproveita, sou a favor da construção do Poder Judiciário não servil e transparente.
11.2.06
Bush, Ícone de Um Tempo.
Os últimos cinco anos foram de grandes acontecimentos no mundo, onde obrigatóriamente a indignação foi a reação mais comum, frente as tragédias humanas, naturais e políticas.
Como não se emocionar e posteriormente se indignar com a tsunami que devastou quase que um continente inteiro? Minhares de pessoas mortas que sequer tiveram tempo de entender o que estava ocorrendo. Bilhões de dolares usados para a reconstrução de países inteiros.
Os terremotos que mataram milhares de pessoas na Turquia e no Irã, construções que culturalmente são construídas de forma frágil e que com terremotos de maior nível põe tudo literalmente por terra.
Dizem por aí que muito se evoluiu, imaginem a alimentação: A carne quando não está louca está com febre ou os dois juntos; As aves com esta virose que globalizou a gripe, o Salmão com a bactéria fatal que diminuiu o consumo de prato japoneses que tem como base este peixe, os vegetais/cereais mudaram sua estrutura TRANSFORMANDO EM SOJA FRANKSTEIN e as ovelhas com esta crise existencial que nem Freud explica. Mas, não nos desesperemos, sempre teremos McDonald's e Burger King!!!
E das maiores tragédias ocorridas nestes pouco mais de cinco anos, foi a eleição e reeleição de George W. Bush. Um homem intelectualmente despreparado, conservador, racista, demagogo e covarde. Observando bem de próximo chegamos a conclusão que para manter um política internacional da forma como está o presidente tem que caracterizá-las por seus adjetivos.
Infelizmente milhares de inocentes morreram no atentado do World Trade Center em Nova Iorque, entretando a cena do prédio sendo derrubado poderia ser também a cena da derrubada de uma política internacional covarde e desvirtuada mas, para surpresa de todos, ação política equivocada é a especialização de Mr. Bush, visto que, no interior do país, após inúmeras informações, o Katrina devastou Nova Orleans. Abrindo um parêntese, nos perece que os deuses estão dando um sinal. Morar em um estado ou cidade que começe com a palavra Novo ou Nova é inseguro. Os atentados de Nova Iorque, Os assassinatos a Mexicanos e Latinos no Novo México e o Katrina em Nova Orleans se portam como se fosse um sinal para se construir novamente três pilares da história americana: O primeiro seria a construção de laços verdadeiros com o México e países Latinos que foram covardemente explorados e roubados por tanto tempo; o segundo a reavaliação da escravocracia e do racismo nos EEUU que tem Nova Orleans seu ícone histórico e político e por terceiro, e não menos importante, rever urgentemente a política internacional, posto que NY é a cidade mais cosmopolita do mundo, e, pelo jeito, o mundo não está muito feliz com o país e o governo débil de Bush.
E pasmem vocês, meus amigos, Bush se superou hoje pela manhã, ao liberar 500 milhões de dolares para políticas públicas Antigays como se homosexualismo fosse igual o tabagismo ou ação anti-colesterol.
É, por não conhecer os temas e cenários de cada fenômeno, que o Sr. Bush toma medidas arbitrárias, polêmicas que fazem com que se rebelem e radicalize, pessoas, classes socias, raças, crenças e povos.
Os líderes mundiais têm que buscar uma forma de diminuir o poder desde governante Patético que poderá atear fogo no mundo inteiro, e o que é pior, Bush sequer tem cordenação motora para tocar arpa e, por isso, nada teria valido a pena. Bush! o mais perigoso dos Anti-Cristos.
31.1.06
Boaventura Brasil!
O professor português, Boaventura de Souza Santos, brilhantemente, como lhe é peculiar, em uma simples frase, consegue aquilo que nos soa impossível. Conceituar a luta de classes nestas eleições de 2006 e o que estamos vivendo nos últimos 12 meses. Magnífico!
"A capacidade das classes dominantes em transformar suas idéias em idéias dominantes fez com que as classes dominadas imaginassem estarem governadas em nome de um interesse geral. A Teoria Crítica, ao denunciar o caráter repressivo deste consenso, suscitou conflitualidade social e abriu espaço para alternativas sociais e políticas. As classes dominantes se desinteressaram por esse consenso tal a confiança que tem de que não há alternativas às idéias que defendem. O que existe é inevitável, portanto gera resignação. Descolada de uma idéia de progresso possível, como conceber rupturas progressistas?"
Bem!!! Agora é pensar, refletir, responder seu questionamento e ir a luta! A boa luta!!!
saudações aos puros de coração e livres de consciência!
30.1.06
Radicalismo: A raiz do problema
O Forum Econômico de Davos na Suiça em um dos seus últimos atos, apresenta uma mesa redonda para debater a preocupação da comunidade política internacional pela vitória do Hamas nas eleições palestinas.
O Fatah, braço político moderado que levou Yasser Arafat ao poder, teve uma derrota significativa no pleito da semana passada. O parlamento palestino tem 132 cadeiras das quais 74 ficaram com os militantes do Hamas.
Na mesma semana no Brasil uma jovem, como outra qualquer, a proucura do primeiro emprego busca assassinar duas outras jovens para ficar com a vaga que concorria com ás vítimas. Uma teve melhor sorte e foi apenas alvejada no ombro em uma persiguição numa estrada a segunda faleceu num homicídio no inicio do ano.
Mas, o que tem a ver os dois casos? Apenas o espaços na mídia, uma local e outra internacional.
Não se tem que debater o ato radical. Têm-se que debater medidas anteriores para mensurar o grau de insatisfação de pessoas e eleitorado antes de uma medida extremada.
A jovem paulista é apenas o intrumento de uma realidade atroz. O desrespeito a vida e a culturalização de "todos os esforços são válidos" ou o Maquiavélico "os fins justificam os meios", será que na faculdade que a busca pelo mercado de trabalho deve ser pautada pela ética e justiça. Ou como se vê nas faculdades, deve-se eliminar o concorrente? A questão é conceitual. Conceitual também é o hábito nosso é renegar, julgar, criticar e censurar a consequência, fechando os olhos as causas, estas sim responsáveis pelos fatos extremados e quase nunca sancionada ou sequer lembrada.
O Hamas é o responsável por ter consiguido maioria? Ele mudou seu discurso para lubriar eleitores? Ou ele continuou com o radiacalismo que o caracteriza concluindo que só desta forma poderá chegar aos objetivos do povo palestisno. Totalmente justo!
O Hamas foi escolhido como a única saída de um panorama crítico, aliado a sina histórica de desaparecimentos de líderes Israelenses e/ou Palestinos quando próximo de uma conclusão do plano de paz.
Com o nome de "Mapa da Paz" foi criado um plano de paz para região pelos Estados Unidos. Inócuo, equivocado e desatencioso, o plano americano agutiza o quadro regional junto com a morte de Arafat, a única figura palestina moderada com potencial eleitoral e a saída de cena de Ariel Sharon, levando aos palestinos um desejo de tentar outro viés da busca pelo tão sonhado estado Palestino.
A raiz do problema é ter sensibilidade para observar que focar o mercado de trabalho sem pautar comportamentos éticos e morais poderá trazer para a idéias de trabalho os mesmos argumentos das guerras. De que todas as armas são válidas!
Quanto ao radicalismo no oriente médio, frente a vitória do Hamas e corrida nuclear do Irã, consequências as políticas internacionais equivocadas, oprimindo todos àqueles que pensavam de forma diferente ao pensamento estabelecido. Enquanto não houver respeito as diferenças, não se poderá ter mudanças coletivas! E se continuarmos pseudo-indignados com as conseqüencias e não debatermos as causas continuaremos omissos criminosamente a ÚNICA E VERDADEIRA REALIDADE DO FATOS!!!
p.s1. Sete seres humanos morreram afogados num estacionamentos de shopping center no Rio de Janeiro. Todos perplexos!!!Não falaram em plano diretor fraudado e política de saneamento básico (aquela política que a europa passou no inicio do século passado);
p.s.2. Foi encontrado uma criança de dois meses num saco de lixo numa lagoa, quem é a vítima? a criança? a mãe? a sociedade?Quantas crianças dessas são jogadas nas "lagoas" da falta de alimentação digna, falta de escola ou da prostituição infantil?
9.1.06
A Crise de inversão de valores
Nos últimos seis meses o Brasil vem experimentando algo único em sua história, trata-se de pela primeira vez, oligarquias e elites estarem juntas unidas na oposição contra um governo federal.
Confesso que o governo Lula da Silva em uma análise fria e não comparada, deixa a desejar do que esperávamos de um governo popular e de esquerda. Entreatanto, se compararmos aos oitos anos FHC, veremos que o PT mesmo sem experiências administrativa é superior e muito ao tucanos paulistas.
O que causa maior espanto é o fato de que nomes como Arthur Virgílio, ACM, seu neto patético, César Maia, Rodrigo Maia e Onyx Lozeronni apareçam como baluarte da moral e dos bons costumes.
Francamente, o maior defeito do PSDB foi ter chegado rápido ao poder, ontem o FHC mandava esquecer o que ele escreveu, agora posa como o escritor arrempedido com Alzheimer.
A história de Arthur Virgílio e de sua família é facilmente encontrada nas páginas dos jornais da capital amazônica, por favor, procurem nas páginas policiais. Um homem vaidoso que há cinco anos atrás falou que atual sistema eleitoral merecia o caixa dois, defendeu tal tese para justificar o seu próprio caixa dois, na campnha ao governo do Amazonas, bem como, o do seu presidente FHC.
ACM e seu neto patético, merece talvez um capítulo especial na história do Brasil ou com certeza um artigo no Globo Rural, coronel nordestino famoso por sua tirania e covardia e as vezes por alguns resultados em painés eletrônicos. ACM Neto, este menino, um deputadozinho alucinado que irrompe como o representante alvo da moral, embora jovem, seu curriculum, melhor dizendo sua ficha corrida deixa com inveja muitos ausentes da convocação extraordinária em Brasília.
César Maia ou o Nero Tropical, gosta de grandes polêmicas, a maior delas foi tentar nos convencer que seu filhinho alucinado é deputado de verdade.
Onix Lorenzoni, bem, me recuso a falar de possoas que não passam da barreira da mediocridade dos quatro pontos percetuais no ibope para uma eleição ao executivo.
O fato é que os senhores que foram citados neste textículo parecem que têm aminésia alegórica ou esquizofrenia planaltica, uma vez, que pensam ludibriar a todos, posando como fieis dendesores da honestidade e da transparência.
Na verdade termino este texto confessando, que eu mesmo, pessoalmente, procurarei todos estes políticos. pedindo a estes seus valiosos préstimos para a candidatura que apoiarei para a Academia Brasileira de Letras.
Fico a vontade para apoiar a referida candidatura, pois, rePUTO à minha escolhida qualidades superiores as de Marco Maciel, Paulo Coelho e Roberto Marinho.
Ao discussar, pedindo a estes homens públicos, o apoio a Bruna Surfistinha, usarei um argumento indefectível, de que ela, surfistinha, poderia ser a mãe de qualquer um deles.
6.1.06
Financial Times - Aparelho de repressão
O pasquim Braitânico, the financial times, estampa na sua capa a seguinte manchete: "América Latina deve evitar populismo para crescer", o populismo a que se refere o jornalista é nada mais do que as caracrterísticas libertárias dos presidentes eleitos no continente, principalmente após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil.
Após Lula vencer, a maior eleição democrática do mundo, deu-se início ao maior ciclo de vitórias democráticas progressistas em uma região exemplificada por Argentina, Uruguai e a Bolívia que elegeram Kishiner, Tambaré Vasquez e Evo Morales, respectivamente, onde fica claramente evidênciada a repulsa do povo latino americano a políticos comprometidos com a mal fadada política regional norte americana.
Aliado as estas eleições têm-se ainda a confirmação de Lagos no Chile como o Presidente que redirecionou o país ao rumo proposto por Allende, além de Fox no México chamar para si a responsabilidade para finalizar a política perversa bilateral com o país de Bush no qual o povo mexicano é vítima desde o roubo de seu território.
E para total desespero dos adeptos ao american way, os ícones da contra-propaganda imperialista, Fidel Castro e Hugo Chavez ultrapassam as fronteiras da Ilha Caribenha e da Venezuela por tomar posicionamentos frontalemente opostos ao presidente quixotesco do EUA.
No Peru terá em breve eleições para a presidência, um país que viveu uma década do corrupto governo de Fujimore e depois passou por um aprofundamento neoliberal populista de Alejandro Toledo, poderá dar vasão a mais uma prova contundente do socialismo na América Latina, caso o grupo extremista Maoísta Sendero Luninoso consiga ao invés do boicote implacar um candidatura progressista.
A leitura não poderia ser outra a não ser a melhor possibilidade histórica, ideológica, política e social da América Latina, uníssona, negar a ALCA brindando o Mercosul e outros sub-blocos como o Pacto Andino. Além de os EUA contar com o pior gabinete de sua história, com um presidente autista intelectual e político.
13.12.05
Guerralização
Hoje ao termos acesso a veículos de informações em tempo real, nos deparamos com notícias das mais variadas tendencias e proposituras.
Acerca de aproximadamente 10 anos o mundo viveu um período de barbarie inferior talvez apenas a segunda grande guerra e certamente superior a guerra mundial que teve como estopim a morte do Príncipe Franscisco Ferdinando em Saravejo.
Trata-se da guerra civil da Iuguslávia e a guerra civil ou masacre étnico em Ruanda, ambas tendo seus pontos de maiores tensões em 1993/1994.
No Brasil estávamos ficando órfãos de Senna e meses depois levantaríamos a copa mundial pela quarta vez e ainda elegíamos o então ministro da fazenda, FHC, para a Presidência da República, num nacionalismo criado pela comoção Ayrton Senna, emoção canarinha e pelo otimismo de FHC, menos popular apenas que Romário. Como se observa, foi um ano extremamente rápido para nós brasileiros, sendo necessário acrescentar ao bom ano, o carnaval, as prévias eleitorais, o são joão e a semana santa.
A guerra Civil Iuguslava cuminada pela acesso ao poder de Slobodan Milosevich, talvez, dentre os ditadores, o mais covarde e traiçoeiro de todos, estabelesse a impossibilidade de co-existência entre Bósnios-Hezérgovinos, Eslovenios, Croatas, Macedonios, Sérvios e Montenegrinos, povos contra traços culturais e religiosos peculiares, aliado a uma dissiminação da cultura de impossibilidade de convívio com as diferenças. A história nos mostra, sobretudo no período de J. B. Tito que os Sérvios eram maioria, dentre os mais ortodoxos, perseguidos, posto que a atribuem a Tito a resposta da seguinte pergunta: Como manter os seis povos unidos sob o mesmo lider. A suposta resposta do Ditador: Mantendo a Sérvia débil! E é no período Milosevich, que os Sérvios foram inflados, patrocinados e istigados. O resultado não poderia ser outro. Centenas de milhares de mortos num obelisco a intrasigência na provincia rebelde do Kosovo.
Em Ruanda a questão atravessa o sec. 20, desde colonização alemã que levou ao poder, portanto, à elite, a minoria tutsi (originários da imigração etíope), aliás, equívoco histórico igual ao ocorrido na África do Sul. Os tutsis represetam aproximadamente 9% da população, oprimindo a maioria hutu de 90%(descendentes dos bantos do Congo).
Em um segundo momento histórico, 1961, a metrópole faz a maioria hutu detentora do poder, o que deflagra um persiguição sem precedentes na história daquele país, obrigando ao Tutsis refugiarem nos países vizinhos.
Os exilados Tutsis formam a FPR - Frente Patriótica Ruandesa que tenta voltar ao país pelo norte, onde são massacrados. Em 1993, com maior estrutura e ira, os Tutsis tentam nova ofensiva que culmina com o domínio de Kigali, uma das cidades mais importantes do país.
Com a chegada dos Tutsis novamente no poder, é aplicado um plano de persiguições aos hutus.
A referida guerra civil em Ruanda acaba com 1 milhão de mortos e mais de 2,3 milhões de exilados, em um país com população de 6 milhões de habitantes.
Nestas duas guerras a ONU teve duas posições extremamente diferentes e igualmente vitais para o encaminhamento do conflito. A omissão criminosa e exitação da ONU condenaram centenas de milhares de Ruandeses a morte. A Ação pontual e firme em Kosovo terminou com a guerrilha e focos seus focos com uma rapidez que evitaram que mais vidas tivessem sido perdidas.
Dois grandes traumas rescentes. Agutizado com o Afeganistão, Iraque e Timor Leste, e a guerra contínua desde 1948 entre Judeus e Palestinos. Fazemos guerra como lançamos um novo modelo de automóvel, nestes países ficaram apenas na memória os crimes ou seu povo ainda sofre por uma política internacional míope?
Hoje, mortes são traduzidas em números, guerra em apresentação de novas tecnologias, ambas a serviço do poder que tudo pode, interesse econômico.
Bósnios-Hezergóvinos, Macedonios, Eslovenios, Sérvios-Montenegrinos, Croatas, Hutus, Tutsis, sem terras, crianças sem educação, Afegãos, Iraquianos, Palestinos, Haitianos, católicos, protestantes, mulçumanos, judeus, hindus, nós nos convergimos para o único e valoroso manto que nos cobre uniforme e justamente. Somos iguais, somos humanos, demasiadamente humanos e não um possível mercado consumidor.
O mais assustador é o fato de termos na liderança do país mais poderoso do mundo um megalomaníaco com um fiel escudeiro Britânico, ambos caricatos aplicáveis ao texto quixotesco de Cervantes, sendo a mais pura tradução de Dom Quixote, Sancho Pança, seus cataventos e dragões.
29.11.05
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Manuel Bandeira
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Manuel Bandeira
UDR, o nazi-facismo tupiniquim
Hoje, 29 de novembro de 2005, noite alta, chuviscando na janela do escritório onde rabisco este texto, sinto-me transbordar um misto de perplexidade e introspecção.
Na CPI da Terra hoje ocorreu um fato que causaria espanto a Milosevich, Pol Pot ou a Hitler, por tamanha covardia e uso da política para consolidar questões particulares escusas e obscuras, atos que estes ditadores genociadas tiveram sequer o atrevimento de pensar, quiçá colocá-los em práticas.
O relatório que deveria ser votado seria o do deputado do P-SOL/CE João Alfredo, entretanto a famigerada UDR - União Democrática Ruralista, filha primogênita da AIB - Ação Integralista Brasileira de Plínio Salgado, numa manobra digna do terceiro reich, aprovou um relatório retrógado, covarde, imoral, autoritário, enfim falta adjetivos que qualifiquem o dito documento de parecer.
No mau fadado relatório, os três inimigos históricos do Brasil se fizeram presentes, a canalhisse, representada brilhantemente pelo deputado Coronel Braga PFL/DF, aquele contínuo da Rossi e da Taurus no referendo do desarmamento; a cretinisse, que teve como procurador o deputado Aberlado Lupion PFL/PR e por último em não menos importante o deputado Ronaldo Caiado PFL/GO que foi representado pela covardia. Perdão! mudei a ordem, já tenho dificuldades em discernir alguns sujeitos de alguns adjetivos.
O relatório criminoso que foi aprovado, pede o indiciamento de alguns líderes dos movimentos sociais de acesso à terra e estabelece que a invasão passe a figurar no rol dos crimes hediodos como ato de terrorismo.
Como bem lembrou Sader, quando se vê o ruralismo defendendo o armamento e os movimentos sociais de defesa de acesso à terra o desarmamento, temos a certeza de quem faz uso e necessita das armas no campo.
Hediondo são quinhentos anos de exploração da terra por poucos e descompromissados com o país. Hediondo é a reforma agrária que não sai a contento. Hediondo são os latifundiários assassinos que não respondem pelos massacres promovidos covardemente por seus capatazes aos seus mandos.
Terrorista foi o ato promovido pela UDR. Manobra anti-democrática, arbitrária e fétida.
Como advogado fico perplexo por ser membro do poder judiciário que é responsável para fazer com que a legislação seja observada e cumprida. Mas, que legislação estes algozes da democracia e do direitos humanos são capazes de fazer?
Como Agrarista, vejo que a luta no campo é séria, nobre e inadiável, pois amanhã poderá a CPI da Terra criar pastagens a base de adubagem de corpos, mentes e corações de pessoas que defende os movimentos sociais de acesso à terra.
Mesmo que por pouco tempo, saimos derrotados desta batalha e a UDR/PFL sairam vitoriosos. Não posso nesta hora esquecer de Darcy Ribeiro e termino este texto com sua frase mais memorável. "... Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando,lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas."
16.11.05
Folha de São Paulo ícone do desespero da Direita
Na folha de São Paulo do dia 16/11/2005, mostra em reportagem que o "Brasil é responsável por chacinas no Haiti".
Como de conhecimento de todos, o Brasil lidera um projeto de segurança da ONU - Organização das Nações Unidas onde levou uma força de paz para garantir a ordem e paz em uma nação pós golpe ou como o poder instituído derrubado.
Entretanto, os obstáculos são muitos naquela ilha da américa central, J. B. Aristide presidente deposto, tem núcleos de fidelidade armada na ilha, o que dificulta um pouco mais o trabalho da força de paz, que é composta por forças armadas de vários países e liderada pelo Brasil.
Ao colocar em uma manchete que o Brasil é responsável por chacinas é criminoso, como aliás são quase todos os atos desta gráfica do PSDB/PFL disfarçada de jornal.
Merece destaque o fato de ser esta notícia mais uma daquelas sem comprovação, aliás como todas veiculadas pela Veja e Folha.
Por oportuno, caso fosse verídica a notícia de chacina no Haiti, deveria o periódico fazer a seguinte manchete "Força de Paz da ONU é acusada de chacina", posto que, a força de paz é multinacional sob a responsabilidade da ONU (Boina Azul). Como saber que foram os brasileiros que supostamente mataram hatianos, numa força multinacional como saber que foi a munição e arma de brasileiros que supostamente mataram hatianos?
Torna-se claro que mais uma vez a Veja, desculpem-me, a Folha, realiza mais um dos inúmeros crimes de terrorismo midiático realizado nos últimos seis meses, com escopo único de derrubar o Governo Lula da Silva, não somos autistas, por isso, sabemos das falhas do Governo federal, mas, igualmente por não sermos autistas, sabemos da TOTAL incongruência destas gráficas partidárias.
As omissões criminosas são várias, quem não lembra uma manchete da folha onde dizia "Tele injeta 5 milhões em empresa do filho de Lula", a função desta gráfica é pichar o governo atual, mas este mesmo jornal tem uma crônica falta de coragem herdada quando escrevia para o regime militar. A tele em que falava era a TELEMAR que faz parte de um grupo muito mais forte que a folha e por isso, a omissão do nome da empresa. E agora, omite-se ONU, real responsável pela força de paz, por Brasil, fazendo um ligação natural o governo Lula.
A força do presidente Lula vem das camadas mais pobres e analfabetas, que estão agora sendo incluídas em nosso país. Estes ainda não leêm veja ou folha, e quem lê sabe discernir o que é notícia e o que é boato criminoso.
O governo atual está longe de ser perfeito, mas é superior em muito aos oitos anos de FHC/PSDB/PFL/ACM/FOTESIDAN/BANESTADO.
14.11.05
Crônica do Impeachment Anunciado
O ex-ministro da Justiça do Governo FHC, Miguel Reale Júnior, em entrevista marca para janeiro o pedido de impeachment do Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva em razão dos fortes indícios apurados pela CPMI´s em andamento no congresso nacional.
Merece atenção alguns fatos, dentre estes a questão seguinte: As CPMI´s não emitiram seus pareceres, entretanto, para Reale Júnior a condenação é irreversível. Se haverá o pedido de impeachment indiscutívelmente é porque os pareceres não são importantes, posto em nenhum momento o ex-ministro fala em estudo dos pareceres e posterior medida.
Mas, se o pedido de impeachment é certo, porque só no mês de janeiro de 2006, sendo que algumas CPMI´s poderão ir até abril?
É simples, o que ocorre é que o governo Lula da Silva está se saindo melhor do que os monarcas do poder esperavam e não suportam o fato de mesmo com esta crise, conflito de classes, o presidente ainda vence se candidato a reeleição.
O PSDB e PFL, usam de todos os expedientes possíveis para tentar arranhar a imagem do presidente, que, diga-se de passagem, não faz o melhor governo! entretanto muito superior que nossos últimos oitos anos de FHC. Dentre os expedientes, usa sua gráfica travestida de jornal e revista (Folha e Veja) para satanizar a crise e o PT.
Agora, usa um conservador e monarquista paulista que, renegando sue nome, se presta a ser o bombardeiro da vez do governo, do PT e da esquerda.
O Sr. ex-ministro deveria se lembrar quando em 1998, o então presidente FHC, respondia por um caixa dois de 10 milhões não contabilizados, onde ícones com ele e Artur Virgílio em entrevistas falaram que caixa dois é uma realidade no país em razão dá derrocada do atual sistema eleitoral.
As pessoas que apoiam o governo Lula não fazem parte da elite paulista da metrópole. É o Brasil de verdade, que se preocupa com o que vai comer amanhã ou se terão seus filhos mais oportunidades do que ele na juventude. Folha, Veja e pseudo-ícone dos bons valores são inócuos frente a massa que vê os resultados de um governo popular, longe de perfeito, mas a frente e muito dos dois governos entreguista do FHC.
10.11.05
A Democracia e sua Crise de Identidade
A Democracia é indiscutívelmente o maior legado dos últimos trinta anos na América Latina, depois de um período de trevas dos regimes autoritários e/ou militares financiados pelos Estadaos Unidos.
A Democracia é um instituto presente na américa latina, embora nova, concretiza-se como realidade em nossa terra latina. Entretanto devemos ver com certa preocupação alguns eventos que podem parecer um retorno saudosista aos regimes obscuros de outrora.
Nestas últimas três décadas a democracia vem se confirmando, entretanto, a não condenação na justiça dos algozes do regime passado, configura uma tese precária, uma vez que, permite aos filhos da ditadura a criticarem de forma criminosa um regime democrático, pousando de baloartes do equilíbrio, como faz Bonhausen, Artur Virgílio, José Agripino e os ACM´s. Essas pessoas podem causar na massa uma reação diferente, posto que, embora criminoso, não foram condenados, em muitos casos sequer processados por crime de responsabilidade.
Não raro, ouvimos pessoas que declaram sentirem saudades do regime militar, maior prova disto é que no Brasil e na Argentina, os partidos políticos derivados dos partidos que defediam o regime militar, se apresentam como os maiores partidos destes dois países.
A volta de Fujimore para disputar a eleição presidencial no Peru, comprova uma total incongruencia entre os fatos reais e a posição midiática. Observamos, que Fujimore fujiu do Peru para não ser preso em razão de corrupção e desrespeito aos direitos humanos, hoje se apresenta como a salvação para o futuro do país.
Criminosos são perdoados em nome da ação não menos criminosa da mídia e a curta memória do povo, que são, como sempre foram, manipulado pela distorção de fatos.
Na semana passada tivemos a eleição de Menem para o senado argentino. Não foi um busca de Menem para retornar à política, foi uma manobra para dar ao ex-presidente imunidade parlamentar, vez que o governo Kichner buscará processo sobre venda de armas de forma ilegal para países do oriente médio na década de noventa. Nesta mesma eleição a esposa de Duhalde também busca o senado obtendo êxito eleitoral.
No Brasil, certamente se abrirmos os arquivos do regime militar, fatalmente teremos senadores e deputados em condições não confortáveis frente ao passado obscuro em que participaram como algozes daqueles que defendiam a democracia no Brasil.
7.11.05
La Vie en Rose
Paris se torna palco de uma tragédia histórica, contudente e anunciada.
Paris vive sua décima segunda noite seguida de violência em suas ruas e bairros periféricos em razão sobretudo dos reflexos sociais urbanos erguidos nos últimos vinte anos. Após as gerações de imigrantes que ajudaram a reerguer a França, seus filhos não são aceitos pelo país que acolheram seus pais e que fizeram do seu solo o solo pátrio da primeira geração destes imigrantes.
Sem entrar nos pormenores da matéria propriamente dita, é claro a dificuldade dos países europeus em lidarem com os imigrantes e a xenofobia, seja na Alemanha dos Skinsreads ou agora na França deste momento crítico.
Vimos a pouco mais de um mês na Alemanha as eleições gerais, onde travaram uma batalha particular o lider Schröder e Angela Merkel, tendo com ponto basilar dos debates o desemprego que assola cerca de 9% da população economicamente ativa da Alemanha.
Dominique Villepin, primeiro ministro françês chega ao poder após o governo perder de forma clara o plebicito acerca do acatamento da Constituição da Comunidade Européia. Observa-se no entanto, que o voto "non" foi, apenas e tão somente, um reflexo frente a reprovação por parte do povo françês à forma com que vinha sendo desempenhada a política econômica sem resultados imediatos na questão dos empregos.
Entretanto, a questão que assola a França será experimentada por todas as grandes nações européias, sobretudo por ser uma justaposição de fatores econômicos, sociais, políticos, antropológicos e culturais.
Quase que como uma fórmula, os bairros onde moram as camadas mais baixas da população Parisiense também contam com um grande número de descedentes de imigrantes, e, é neste perfil onde o estado mais claramente mostra sua incapacidade de inclusão social e educacional, fazendo com que estes jovens Franceses descendentes tenham maiores dificuldades em conseguir um emprego.
Sentimento de opressão, rascismo e desemprego sempre foram combinações explosivas, e na França na poderia ser diferente, além disso uma "pitada" de TNT, quando o Ministro de Interior fez uma declaração infeliz e rascista, acirrando mais os ânimos entre polícia e manifestantes.
Pressão social aliada a Políticas Públicas inócuas não são caracteristicas apenas de países em desenvolvimento, trazem transtornos da maior ordem também à países ricos.
O Presidente Chirac terá que usar toda sua capacidade de articulação para não deixar o desdobrar desta crise social atingir a confiança nas instituições garantidoras da ordem.
6.11.05
A OAB e o Impedimento
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, se reúne nesta segunda-feira, 06/11, para decidir se pede ou não o impeachment do presidente da República.
O Conselho se reúne as 9:oo da segunda em sua sede em Brasília, onde será colocado em pauta a questão do impedimento. Segundo o presidente Busato existem indícios que mostram a responsabilidade do Presidente Lula da Silva na crise política que chega aos seis meses.
A Ordem dos Advogados do Brasil tem uma história que se confunde com a história das conquistas democráticas do Brasil, homens como Paulo Bonavides, Miguel Seabra Fagundes, Evandro Lins e silva, Barbosa Lima Sobrinho e Sobral Pinto, sob o patronímio de Rui Barbosa, exemplos que norteiam esta instituição a pautar-se pelas defesas da liberdade, igualdade, justiça e democracia.
As denúncias até agora apresentadas devem ser investigadas, e chagando a resultados contundentes deverá a OAB, como é peculiar a sua história, liderar o processo de impedimento do Presidente da República, entretanto tem-se que observar alguns pontos, o conselho federal se reúne mensalmente em Brasília, os acontecimentos merecem toda a atenção por parte da OAB, mas, não podemos comunicar a nação que neste mês, onde discutiremos se distribuiremos agendas do advogado 2006, também vamos encampar a luta pelo impedimento de um Presidente da República.
Se o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, já tem indícios comprovados que atestam responsabilidade do Presidente da República, deveria chamar um reunião extraordinária do Conselho Federal para decidir pela defesa do impedimento de imediato, no dia em que recebeu as provas cabais. Discutir isso numa reunião ordinária é menosprezar a importância histórica do momento e, concomitantemente, buscar os flashs da mídia para discursos inócuos e retóricos.
A OAB tem história, tem nomes, tem bandeiras, não declara a mídia que vai estudar e debater o caso, como se precisasse de espaço nos meios de comunicação.
Essa casa secular não deve abrir mão de sua história e tem a resposabilidade de ser a instituição Nacional mais antiga construída nos princípios democráticos para liderar o país neste momento conturbado, com altivez, imparcialidade, responsabilidade e firmeza.
4.11.05
O Animal Tropical
Hoje estava em um café dentro de uma livraria, quando reencontrei um grande amigo, e ele foi logo dizendo que tinha aceitado minha indicação de ler Trilogia Suja de Havana de Pedro Juan Gutierrez, completou falando que tinha odiado o texto reprovando-o veementemente.
Não entendia como ele desaprovava de forma tão contundentemente o livro que eu tinha não só indicado como adorado. Perguntei o motivo, ele falava que o livro era nojento, pornográfico, contudente e sujo, e que não gostava daquele tipo de leitura pois não acrescentaria em nada seus conhecimentos.
Perguntei a ele então o que achava do cenário político nacional, ele falava das denúncias feitas, atribuindo ao Governo Federal toda responsabilidade sobre a crise e culpava o presidente e a esquerda por isso, falando que os tucanos voltariam e que dominariam o país, e estes sim, eram honestos e mudariam o Brasil.
O questionei a respeito do referendo, como ele tinha votado e por qual motivo? prontamente falou que votou no "não" argumentando que não iria perder um direito e que se as armas matam, o trânsito mata mais e que se fosse para acabar com as mortes, teriam que prender os carros também. Fiquei dez segundos sem olhar para ele enquanto dava um gole no café ainda quente, depois o olhei questionando sobre a transposição do São Francisco.
Para minha surpresa, ele falou que era um absurdo essa transposição pelo fato de não contribuir para nenhuma melhora e que o rio dos currais poderia morrer em razão da transposição. Fitei novamente o nada enquanto bebericava o café já frio.
Mas, antes que eu fizesse uma nova pergunta e, consequentemente, ficasse ainda mais perplexo pelas respostas, ele foi levantando e dizendo:
Vou indo, vim apenas pegar a veja e a folha e voltarei correndo para casa, Hoje não posso peder o jornal nacional. Nos despedimos!
Pensei um minuto, depois a sentença...meu amigo tem uma grande dificuldade em encarar a realidade, seu diagnóstico, autismo político, caso crônico em relação aquela patologia descoberta por Bertold Brecht. Respirei fundo e dei o último gole naquele café gelado.
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