13.12.05

Guerralização

Hoje ao termos acesso a veículos de informações em tempo real, nos deparamos com notícias das mais variadas tendencias e proposituras.
Acerca de aproximadamente 10 anos o mundo viveu um período de barbarie inferior talvez apenas a segunda grande guerra e certamente superior a guerra mundial que teve como estopim a morte do Príncipe Franscisco Ferdinando em Saravejo.
Trata-se da guerra civil da Iuguslávia e a guerra civil ou masacre étnico em Ruanda, ambas tendo seus pontos de maiores tensões em 1993/1994.
No Brasil estávamos ficando órfãos de Senna e meses depois levantaríamos a copa mundial pela quarta vez e ainda elegíamos o então ministro da fazenda, FHC, para a Presidência da República, num nacionalismo criado pela comoção Ayrton Senna, emoção canarinha e pelo otimismo de FHC, menos popular apenas que Romário. Como se observa, foi um ano extremamente rápido para nós brasileiros, sendo necessário acrescentar ao bom ano, o carnaval, as prévias eleitorais, o são joão e a semana santa.
A guerra Civil Iuguslava cuminada pela acesso ao poder de Slobodan Milosevich, talvez, dentre os ditadores, o mais covarde e traiçoeiro de todos, estabelesse a impossibilidade de co-existência entre Bósnios-Hezérgovinos, Eslovenios, Croatas, Macedonios, Sérvios e Montenegrinos, povos contra traços culturais e religiosos peculiares, aliado a uma dissiminação da cultura de impossibilidade de convívio com as diferenças. A história nos mostra, sobretudo no período de J. B. Tito que os Sérvios eram maioria, dentre os mais ortodoxos, perseguidos, posto que a atribuem a Tito a resposta da seguinte pergunta: Como manter os seis povos unidos sob o mesmo lider. A suposta resposta do Ditador: Mantendo a Sérvia débil! E é no período Milosevich, que os Sérvios foram inflados, patrocinados e istigados. O resultado não poderia ser outro. Centenas de milhares de mortos num obelisco a intrasigência na provincia rebelde do Kosovo.
Em Ruanda a questão atravessa o sec. 20, desde colonização alemã que levou ao poder, portanto, à elite, a minoria tutsi (originários da imigração etíope), aliás, equívoco histórico igual ao ocorrido na África do Sul. Os tutsis represetam aproximadamente 9% da população, oprimindo a maioria hutu de 90%(descendentes dos bantos do Congo).
Em um segundo momento histórico, 1961, a metrópole faz a maioria hutu detentora do poder, o que deflagra um persiguição sem precedentes na história daquele país, obrigando ao Tutsis refugiarem nos países vizinhos.
Os exilados Tutsis formam a FPR - Frente Patriótica Ruandesa que tenta voltar ao país pelo norte, onde são massacrados. Em 1993, com maior estrutura e ira, os Tutsis tentam nova ofensiva que culmina com o domínio de Kigali, uma das cidades mais importantes do país.
Com a chegada dos Tutsis novamente no poder, é aplicado um plano de persiguições aos hutus.
A referida guerra civil em Ruanda acaba com 1 milhão de mortos e mais de 2,3 milhões de exilados, em um país com população de 6 milhões de habitantes.
Nestas duas guerras a ONU teve duas posições extremamente diferentes e igualmente vitais para o encaminhamento do conflito. A omissão criminosa e exitação da ONU condenaram centenas de milhares de Ruandeses a morte. A Ação pontual e firme em Kosovo terminou com a guerrilha e focos seus focos com uma rapidez que evitaram que mais vidas tivessem sido perdidas.
Dois grandes traumas rescentes. Agutizado com o Afeganistão, Iraque e Timor Leste, e a guerra contínua desde 1948 entre Judeus e Palestinos. Fazemos guerra como lançamos um novo modelo de automóvel, nestes países ficaram apenas na memória os crimes ou seu povo ainda sofre por uma política internacional míope?
Hoje, mortes são traduzidas em números, guerra em apresentação de novas tecnologias, ambas a serviço do poder que tudo pode, interesse econômico.
Bósnios-Hezergóvinos, Macedonios, Eslovenios, Sérvios-Montenegrinos, Croatas, Hutus, Tutsis, sem terras, crianças sem educação, Afegãos, Iraquianos, Palestinos, Haitianos, católicos, protestantes, mulçumanos, judeus, hindus, nós nos convergimos para o único e valoroso manto que nos cobre uniforme e justamente. Somos iguais, somos humanos, demasiadamente humanos e não um possível mercado consumidor.
O mais assustador é o fato de termos na liderança do país mais poderoso do mundo um megalomaníaco com um fiel escudeiro Britânico, ambos caricatos aplicáveis ao texto quixotesco de Cervantes, sendo a mais pura tradução de Dom Quixote, Sancho Pança, seus cataventos e dragões.