13.12.05

Guerralização

Hoje ao termos acesso a veículos de informações em tempo real, nos deparamos com notícias das mais variadas tendencias e proposituras.
Acerca de aproximadamente 10 anos o mundo viveu um período de barbarie inferior talvez apenas a segunda grande guerra e certamente superior a guerra mundial que teve como estopim a morte do Príncipe Franscisco Ferdinando em Saravejo.
Trata-se da guerra civil da Iuguslávia e a guerra civil ou masacre étnico em Ruanda, ambas tendo seus pontos de maiores tensões em 1993/1994.
No Brasil estávamos ficando órfãos de Senna e meses depois levantaríamos a copa mundial pela quarta vez e ainda elegíamos o então ministro da fazenda, FHC, para a Presidência da República, num nacionalismo criado pela comoção Ayrton Senna, emoção canarinha e pelo otimismo de FHC, menos popular apenas que Romário. Como se observa, foi um ano extremamente rápido para nós brasileiros, sendo necessário acrescentar ao bom ano, o carnaval, as prévias eleitorais, o são joão e a semana santa.
A guerra Civil Iuguslava cuminada pela acesso ao poder de Slobodan Milosevich, talvez, dentre os ditadores, o mais covarde e traiçoeiro de todos, estabelesse a impossibilidade de co-existência entre Bósnios-Hezérgovinos, Eslovenios, Croatas, Macedonios, Sérvios e Montenegrinos, povos contra traços culturais e religiosos peculiares, aliado a uma dissiminação da cultura de impossibilidade de convívio com as diferenças. A história nos mostra, sobretudo no período de J. B. Tito que os Sérvios eram maioria, dentre os mais ortodoxos, perseguidos, posto que a atribuem a Tito a resposta da seguinte pergunta: Como manter os seis povos unidos sob o mesmo lider. A suposta resposta do Ditador: Mantendo a Sérvia débil! E é no período Milosevich, que os Sérvios foram inflados, patrocinados e istigados. O resultado não poderia ser outro. Centenas de milhares de mortos num obelisco a intrasigência na provincia rebelde do Kosovo.
Em Ruanda a questão atravessa o sec. 20, desde colonização alemã que levou ao poder, portanto, à elite, a minoria tutsi (originários da imigração etíope), aliás, equívoco histórico igual ao ocorrido na África do Sul. Os tutsis represetam aproximadamente 9% da população, oprimindo a maioria hutu de 90%(descendentes dos bantos do Congo).
Em um segundo momento histórico, 1961, a metrópole faz a maioria hutu detentora do poder, o que deflagra um persiguição sem precedentes na história daquele país, obrigando ao Tutsis refugiarem nos países vizinhos.
Os exilados Tutsis formam a FPR - Frente Patriótica Ruandesa que tenta voltar ao país pelo norte, onde são massacrados. Em 1993, com maior estrutura e ira, os Tutsis tentam nova ofensiva que culmina com o domínio de Kigali, uma das cidades mais importantes do país.
Com a chegada dos Tutsis novamente no poder, é aplicado um plano de persiguições aos hutus.
A referida guerra civil em Ruanda acaba com 1 milhão de mortos e mais de 2,3 milhões de exilados, em um país com população de 6 milhões de habitantes.
Nestas duas guerras a ONU teve duas posições extremamente diferentes e igualmente vitais para o encaminhamento do conflito. A omissão criminosa e exitação da ONU condenaram centenas de milhares de Ruandeses a morte. A Ação pontual e firme em Kosovo terminou com a guerrilha e focos seus focos com uma rapidez que evitaram que mais vidas tivessem sido perdidas.
Dois grandes traumas rescentes. Agutizado com o Afeganistão, Iraque e Timor Leste, e a guerra contínua desde 1948 entre Judeus e Palestinos. Fazemos guerra como lançamos um novo modelo de automóvel, nestes países ficaram apenas na memória os crimes ou seu povo ainda sofre por uma política internacional míope?
Hoje, mortes são traduzidas em números, guerra em apresentação de novas tecnologias, ambas a serviço do poder que tudo pode, interesse econômico.
Bósnios-Hezergóvinos, Macedonios, Eslovenios, Sérvios-Montenegrinos, Croatas, Hutus, Tutsis, sem terras, crianças sem educação, Afegãos, Iraquianos, Palestinos, Haitianos, católicos, protestantes, mulçumanos, judeus, hindus, nós nos convergimos para o único e valoroso manto que nos cobre uniforme e justamente. Somos iguais, somos humanos, demasiadamente humanos e não um possível mercado consumidor.
O mais assustador é o fato de termos na liderança do país mais poderoso do mundo um megalomaníaco com um fiel escudeiro Britânico, ambos caricatos aplicáveis ao texto quixotesco de Cervantes, sendo a mais pura tradução de Dom Quixote, Sancho Pança, seus cataventos e dragões.

29.11.05

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira

UDR, o nazi-facismo tupiniquim

Hoje, 29 de novembro de 2005, noite alta, chuviscando na janela do escritório onde rabisco este texto, sinto-me transbordar um misto de perplexidade e introspecção.
Na CPI da Terra hoje ocorreu um fato que causaria espanto a Milosevich, Pol Pot ou a Hitler, por tamanha covardia e uso da política para consolidar questões particulares escusas e obscuras, atos que estes ditadores genociadas tiveram sequer o atrevimento de pensar, quiçá colocá-los em práticas.
O relatório que deveria ser votado seria o do deputado do P-SOL/CE João Alfredo, entretanto a famigerada UDR - União Democrática Ruralista, filha primogênita da AIB - Ação Integralista Brasileira de Plínio Salgado, numa manobra digna do terceiro reich, aprovou um relatório retrógado, covarde, imoral, autoritário, enfim falta adjetivos que qualifiquem o dito documento de parecer.
No mau fadado relatório, os três inimigos históricos do Brasil se fizeram presentes, a canalhisse, representada brilhantemente pelo deputado Coronel Braga PFL/DF, aquele contínuo da Rossi e da Taurus no referendo do desarmamento; a cretinisse, que teve como procurador o deputado Aberlado Lupion PFL/PR e por último em não menos importante o deputado Ronaldo Caiado PFL/GO que foi representado pela covardia. Perdão! mudei a ordem, já tenho dificuldades em discernir alguns sujeitos de alguns adjetivos.
O relatório criminoso que foi aprovado, pede o indiciamento de alguns líderes dos movimentos sociais de acesso à terra e estabelece que a invasão passe a figurar no rol dos crimes hediodos como ato de terrorismo.
Como bem lembrou Sader, quando se vê o ruralismo defendendo o armamento e os movimentos sociais de defesa de acesso à terra o desarmamento, temos a certeza de quem faz uso e necessita das armas no campo.
Hediondo são quinhentos anos de exploração da terra por poucos e descompromissados com o país. Hediondo é a reforma agrária que não sai a contento. Hediondo são os latifundiários assassinos que não respondem pelos massacres promovidos covardemente por seus capatazes aos seus mandos.
Terrorista foi o ato promovido pela UDR. Manobra anti-democrática, arbitrária e fétida.
Como advogado fico perplexo por ser membro do poder judiciário que é responsável para fazer com que a legislação seja observada e cumprida. Mas, que legislação estes algozes da democracia e do direitos humanos são capazes de fazer?
Como Agrarista, vejo que a luta no campo é séria, nobre e inadiável, pois amanhã poderá a CPI da Terra criar pastagens a base de adubagem de corpos, mentes e corações de pessoas que defende os movimentos sociais de acesso à terra.
Mesmo que por pouco tempo, saimos derrotados desta batalha e a UDR/PFL sairam vitoriosos. Não posso nesta hora esquecer de Darcy Ribeiro e termino este texto com sua frase mais memorável. "... Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando,lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas."

16.11.05

Folha de São Paulo ícone do desespero da Direita

Na folha de São Paulo do dia 16/11/2005, mostra em reportagem que o "Brasil é responsável por chacinas no Haiti".
Como de conhecimento de todos, o Brasil lidera um projeto de segurança da ONU - Organização das Nações Unidas onde levou uma força de paz para garantir a ordem e paz em uma nação pós golpe ou como o poder instituído derrubado.
Entretanto, os obstáculos são muitos naquela ilha da américa central, J. B. Aristide presidente deposto, tem núcleos de fidelidade armada na ilha, o que dificulta um pouco mais o trabalho da força de paz, que é composta por forças armadas de vários países e liderada pelo Brasil.
Ao colocar em uma manchete que o Brasil é responsável por chacinas é criminoso, como aliás são quase todos os atos desta gráfica do PSDB/PFL disfarçada de jornal.
Merece destaque o fato de ser esta notícia mais uma daquelas sem comprovação, aliás como todas veiculadas pela Veja e Folha.
Por oportuno, caso fosse verídica a notícia de chacina no Haiti, deveria o periódico fazer a seguinte manchete "Força de Paz da ONU é acusada de chacina", posto que, a força de paz é multinacional sob a responsabilidade da ONU (Boina Azul). Como saber que foram os brasileiros que supostamente mataram hatianos, numa força multinacional como saber que foi a munição e arma de brasileiros que supostamente mataram hatianos?
Torna-se claro que mais uma vez a Veja, desculpem-me, a Folha, realiza mais um dos inúmeros crimes de terrorismo midiático realizado nos últimos seis meses, com escopo único de derrubar o Governo Lula da Silva, não somos autistas, por isso, sabemos das falhas do Governo federal, mas, igualmente por não sermos autistas, sabemos da TOTAL incongruência destas gráficas partidárias.
As omissões criminosas são várias, quem não lembra uma manchete da folha onde dizia "Tele injeta 5 milhões em empresa do filho de Lula", a função desta gráfica é pichar o governo atual, mas este mesmo jornal tem uma crônica falta de coragem herdada quando escrevia para o regime militar. A tele em que falava era a TELEMAR que faz parte de um grupo muito mais forte que a folha e por isso, a omissão do nome da empresa. E agora, omite-se ONU, real responsável pela força de paz, por Brasil, fazendo um ligação natural o governo Lula.
A força do presidente Lula vem das camadas mais pobres e analfabetas, que estão agora sendo incluídas em nosso país. Estes ainda não leêm veja ou folha, e quem lê sabe discernir o que é notícia e o que é boato criminoso.
O governo atual está longe de ser perfeito, mas é superior em muito aos oitos anos de FHC/PSDB/PFL/ACM/FOTESIDAN/BANESTADO.

14.11.05

Crônica do Impeachment Anunciado

O ex-ministro da Justiça do Governo FHC, Miguel Reale Júnior, em entrevista marca para janeiro o pedido de impeachment do Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva em razão dos fortes indícios apurados pela CPMI´s em andamento no congresso nacional.
Merece atenção alguns fatos, dentre estes a questão seguinte: As CPMI´s não emitiram seus pareceres, entretanto, para Reale Júnior a condenação é irreversível. Se haverá o pedido de impeachment indiscutívelmente é porque os pareceres não são importantes, posto em nenhum momento o ex-ministro fala em estudo dos pareceres e posterior medida.
Mas, se o pedido de impeachment é certo, porque só no mês de janeiro de 2006, sendo que algumas CPMI´s poderão ir até abril?
É simples, o que ocorre é que o governo Lula da Silva está se saindo melhor do que os monarcas do poder esperavam e não suportam o fato de mesmo com esta crise, conflito de classes, o presidente ainda vence se candidato a reeleição.
O PSDB e PFL, usam de todos os expedientes possíveis para tentar arranhar a imagem do presidente, que, diga-se de passagem, não faz o melhor governo! entretanto muito superior que nossos últimos oitos anos de FHC. Dentre os expedientes, usa sua gráfica travestida de jornal e revista (Folha e Veja) para satanizar a crise e o PT.
Agora, usa um conservador e monarquista paulista que, renegando sue nome, se presta a ser o bombardeiro da vez do governo, do PT e da esquerda.
O Sr. ex-ministro deveria se lembrar quando em 1998, o então presidente FHC, respondia por um caixa dois de 10 milhões não contabilizados, onde ícones com ele e Artur Virgílio em entrevistas falaram que caixa dois é uma realidade no país em razão dá derrocada do atual sistema eleitoral.
As pessoas que apoiam o governo Lula não fazem parte da elite paulista da metrópole. É o Brasil de verdade, que se preocupa com o que vai comer amanhã ou se terão seus filhos mais oportunidades do que ele na juventude. Folha, Veja e pseudo-ícone dos bons valores são inócuos frente a massa que vê os resultados de um governo popular, longe de perfeito, mas a frente e muito dos dois governos entreguista do FHC.

10.11.05

A Democracia e sua Crise de Identidade

A Democracia é indiscutívelmente o maior legado dos últimos trinta anos na América Latina, depois de um período de trevas dos regimes autoritários e/ou militares financiados pelos Estadaos Unidos.
A Democracia é um instituto presente na américa latina, embora nova, concretiza-se como realidade em nossa terra latina. Entretanto devemos ver com certa preocupação alguns eventos que podem parecer um retorno saudosista aos regimes obscuros de outrora.
Nestas últimas três décadas a democracia vem se confirmando, entretanto, a não condenação na justiça dos algozes do regime passado, configura uma tese precária, uma vez que, permite aos filhos da ditadura a criticarem de forma criminosa um regime democrático, pousando de baloartes do equilíbrio, como faz Bonhausen, Artur Virgílio, José Agripino e os ACM´s. Essas pessoas podem causar na massa uma reação diferente, posto que, embora criminoso, não foram condenados, em muitos casos sequer processados por crime de responsabilidade.
Não raro, ouvimos pessoas que declaram sentirem saudades do regime militar, maior prova disto é que no Brasil e na Argentina, os partidos políticos derivados dos partidos que defediam o regime militar, se apresentam como os maiores partidos destes dois países.
A volta de Fujimore para disputar a eleição presidencial no Peru, comprova uma total incongruencia entre os fatos reais e a posição midiática. Observamos, que Fujimore fujiu do Peru para não ser preso em razão de corrupção e desrespeito aos direitos humanos, hoje se apresenta como a salvação para o futuro do país.
Criminosos são perdoados em nome da ação não menos criminosa da mídia e a curta memória do povo, que são, como sempre foram, manipulado pela distorção de fatos.
Na semana passada tivemos a eleição de Menem para o senado argentino. Não foi um busca de Menem para retornar à política, foi uma manobra para dar ao ex-presidente imunidade parlamentar, vez que o governo Kichner buscará processo sobre venda de armas de forma ilegal para países do oriente médio na década de noventa. Nesta mesma eleição a esposa de Duhalde também busca o senado obtendo êxito eleitoral.
No Brasil, certamente se abrirmos os arquivos do regime militar, fatalmente teremos senadores e deputados em condições não confortáveis frente ao passado obscuro em que participaram como algozes daqueles que defendiam a democracia no Brasil.

7.11.05

La Vie en Rose

Paris se torna palco de uma tragédia histórica, contudente e anunciada.
Paris vive sua décima segunda noite seguida de violência em suas ruas e bairros periféricos em razão sobretudo dos reflexos sociais urbanos erguidos nos últimos vinte anos. Após as gerações de imigrantes que ajudaram a reerguer a França, seus filhos não são aceitos pelo país que acolheram seus pais e que fizeram do seu solo o solo pátrio da primeira geração destes imigrantes.
Sem entrar nos pormenores da matéria propriamente dita, é claro a dificuldade dos países europeus em lidarem com os imigrantes e a xenofobia, seja na Alemanha dos Skinsreads ou agora na França deste momento crítico.
Vimos a pouco mais de um mês na Alemanha as eleições gerais, onde travaram uma batalha particular o lider Schröder e Angela Merkel, tendo com ponto basilar dos debates o desemprego que assola cerca de 9% da população economicamente ativa da Alemanha.
Dominique Villepin, primeiro ministro françês chega ao poder após o governo perder de forma clara o plebicito acerca do acatamento da Constituição da Comunidade Européia. Observa-se no entanto, que o voto "non" foi, apenas e tão somente, um reflexo frente a reprovação por parte do povo françês à forma com que vinha sendo desempenhada a política econômica sem resultados imediatos na questão dos empregos.
Entretanto, a questão que assola a França será experimentada por todas as grandes nações européias, sobretudo por ser uma justaposição de fatores econômicos, sociais, políticos, antropológicos e culturais.
Quase que como uma fórmula, os bairros onde moram as camadas mais baixas da população Parisiense também contam com um grande número de descedentes de imigrantes, e, é neste perfil onde o estado mais claramente mostra sua incapacidade de inclusão social e educacional, fazendo com que estes jovens Franceses descendentes tenham maiores dificuldades em conseguir um emprego.
Sentimento de opressão, rascismo e desemprego sempre foram combinações explosivas, e na França na poderia ser diferente, além disso uma "pitada" de TNT, quando o Ministro de Interior fez uma declaração infeliz e rascista, acirrando mais os ânimos entre polícia e manifestantes.
Pressão social aliada a Políticas Públicas inócuas não são caracteristicas apenas de países em desenvolvimento, trazem transtornos da maior ordem também à países ricos.
O Presidente Chirac terá que usar toda sua capacidade de articulação para não deixar o desdobrar desta crise social atingir a confiança nas instituições garantidoras da ordem.

6.11.05

A OAB e o Impedimento

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, se reúne nesta segunda-feira, 06/11, para decidir se pede ou não o impeachment do presidente da República.
O Conselho se reúne as 9:oo da segunda em sua sede em Brasília, onde será colocado em pauta a questão do impedimento. Segundo o presidente Busato existem indícios que mostram a responsabilidade do Presidente Lula da Silva na crise política que chega aos seis meses.
A Ordem dos Advogados do Brasil tem uma história que se confunde com a história das conquistas democráticas do Brasil, homens como Paulo Bonavides, Miguel Seabra Fagundes, Evandro Lins e silva, Barbosa Lima Sobrinho e Sobral Pinto, sob o patronímio de Rui Barbosa, exemplos que norteiam esta instituição a pautar-se pelas defesas da liberdade, igualdade, justiça e democracia.
As denúncias até agora apresentadas devem ser investigadas, e chagando a resultados contundentes deverá a OAB, como é peculiar a sua história, liderar o processo de impedimento do Presidente da República, entretanto tem-se que observar alguns pontos, o conselho federal se reúne mensalmente em Brasília, os acontecimentos merecem toda a atenção por parte da OAB, mas, não podemos comunicar a nação que neste mês, onde discutiremos se distribuiremos agendas do advogado 2006, também vamos encampar a luta pelo impedimento de um Presidente da República.
Se o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, já tem indícios comprovados que atestam responsabilidade do Presidente da República, deveria chamar um reunião extraordinária do Conselho Federal para decidir pela defesa do impedimento de imediato, no dia em que recebeu as provas cabais. Discutir isso numa reunião ordinária é menosprezar a importância histórica do momento e, concomitantemente, buscar os flashs da mídia para discursos inócuos e retóricos.
A OAB tem história, tem nomes, tem bandeiras, não declara a mídia que vai estudar e debater o caso, como se precisasse de espaço nos meios de comunicação.
Essa casa secular não deve abrir mão de sua história e tem a resposabilidade de ser a instituição Nacional mais antiga construída nos princípios democráticos para liderar o país neste momento conturbado, com altivez, imparcialidade, responsabilidade e firmeza.

4.11.05

O Animal Tropical

Hoje estava em um café dentro de uma livraria, quando reencontrei um grande amigo, e ele foi logo dizendo que tinha aceitado minha indicação de ler Trilogia Suja de Havana de Pedro Juan Gutierrez, completou falando que tinha odiado o texto reprovando-o veementemente.
Não entendia como ele desaprovava de forma tão contundentemente o livro que eu tinha não só indicado como adorado. Perguntei o motivo, ele falava que o livro era nojento, pornográfico, contudente e sujo, e que não gostava daquele tipo de leitura pois não acrescentaria em nada seus conhecimentos.
Perguntei a ele então o que achava do cenário político nacional, ele falava das denúncias feitas, atribuindo ao Governo Federal toda responsabilidade sobre a crise e culpava o presidente e a esquerda por isso, falando que os tucanos voltariam e que dominariam o país, e estes sim, eram honestos e mudariam o Brasil.
O questionei a respeito do referendo, como ele tinha votado e por qual motivo? prontamente falou que votou no "não" argumentando que não iria perder um direito e que se as armas matam, o trânsito mata mais e que se fosse para acabar com as mortes, teriam que prender os carros também. Fiquei dez segundos sem olhar para ele enquanto dava um gole no café ainda quente, depois o olhei questionando sobre a transposição do São Francisco.
Para minha surpresa, ele falou que era um absurdo essa transposição pelo fato de não contribuir para nenhuma melhora e que o rio dos currais poderia morrer em razão da transposição. Fitei novamente o nada enquanto bebericava o café já frio.
Mas, antes que eu fizesse uma nova pergunta e, consequentemente, ficasse ainda mais perplexo pelas respostas, ele foi levantando e dizendo:
Vou indo, vim apenas pegar a veja e a folha e voltarei correndo para casa, Hoje não posso peder o jornal nacional. Nos despedimos!
Pensei um minuto, depois a sentença...meu amigo tem uma grande dificuldade em encarar a realidade, seu diagnóstico, autismo político, caso crônico em relação aquela patologia descoberta por Bertold Brecht. Respirei fundo e dei o último gole naquele café gelado.

3.11.05

The Times e o Bush

O Jornal britânico The Times, publica a visita do presidente americano G.W. Bush à Argentina e Brasil, com a seguinte manchete "Bush na terra dos Foras da lei".
Infelizmente o Brasil e a Argentina sofrem com as questões do crime orgazinazado, entretanto quaisqeer de nossas facções criminosas, PCC, CV e outras, sonham em ter a organização da maior Instituição fulcrada no roubo e no homicídio, que condena seus oponentes a morte e a maiores humilhações, realmente o Governo Americano é um exemplo a Cosa nostra Italiana, Yakuza Japonesa, ao PCC e a Máfia Russa.
Bush, com sua assessoria, pois não tem nível intelectual para um pensamento simples, verificaram que o momento para a consolidação do Mercosul é fantástica um vez que Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e em novembro com a chegada da Venezuela, formam uma frente com presidentes ligados a partidos de formação socialista, juntos poderão inviabilizar os dentáculos da ALca no conesul.
Em pesquisa recente, na América Latina os maiores líderes populares são Lula, Chavez e Fidel, o que mostra que nunca tivemos condições tão positivas para uma ruptura com o advento da ALCA.
O Presidente Americano, recebeu em suas mãos uma pesquisa em que a América Latina é a segunda região do mundo que mais o odeia, perdendo apenas para o Oriente Médio. Além disso a crição da TELESUR, televisão criada pelos estados da Venezuela, Argentina e Cuba, que serve para fazer contra propaganda ao American Way, está cumprindo com suas espectativas, posto que o modelo de governo no Brasil, Venezuela, Uruguai e Argentina estão com aprovação considerável.
Bush em recente entrevista diz que seus anseios em muito se aproximam com os do Presidente Lula, pois ambos querem acabar com a fome no mundo, de fato podem até ter o mesmo anseiso, mas, a diferença está na instrumentalização.
Lula sonha que os países ricos disponibilizem recursos para ajuda humanitária. Já Bush que tem como ídolo o ex-ditador Ioguslavo Milosevich, quer acabar com os que passam fome, a exemplo do que faz com Cuba e Iraque, na sua mau fadada e criminosa política internacional.

2.11.05

Transposição

O suor que mina na testa do sertanejo
Trabalho, fé, poço de desejo
Que nosso senhor ilumine cada homem
Para que nessa seca não passe fome

Com a chuva chega à felicidade
Na terra úmida semear a esperança
Com dias calmos como o sono da criança
Que nem faminta chora a realidade

A pele queimada do arado esperar
Um sinal dos céus para a terra preparar
Com fé que São José vem irrigar

As flores da lavoura como previsão
De colheita boa e rica, uma ilusão
Depois da fartura a farinha de mais um ano sem ação.

31.10.05

Teimo em Existir!!!!

A terra seca, árida, inexplorável
Um pouco d’água nas entranhas úmidas
Pensamento, terreno infértil, latifúndio improdutivo
De sementes incapazes de se fazer flor, folha ou sombra

A existência do homem, deplorável
A alegria de crianças brincando, contidas
A imaginação e a criação, estática, reprimida
A luta nobre, silenciosa, vívida, improrrogável

Marcada nos corpos e mentes como a dor
Aguda gera vida, virtual, vegetativa
Sem cultura, música, poesia e emoção

Cegos, surdos, mudos, pobres ignorantes
Humilhados, usurpados, generosos e tolerantes
Nós, figuras descartáveis de propaganda de refrigerante.

Está na Veja!!!

Extra, extra, extra, governo Cubano manda $ 3.000.000 para financiar a campanha de Lula a Presidência da República em 2002. A Veja como sempre faz, apresenta uma reportagem de capa, lógico, vermelha para satanizar o pobre governo, com fatos reais que serão comprovados quando o morto que disse ao informante, for depor na CPMI. É só convocar que ele vai!
Não sabe a Veja que do gaseoduto da Bolívia não passa apenas o óbvio, passa também coca para financiar a campanha de Lula.
As armas que o Menem vendeu nos idos do anos noventa também tinham como objetivo levar Lula ao poder.
O PRI Mexicano ficou no poder por setenta anos, aparelhado visando única e exclusivamente levar um zapatista (nordestino e analfabeto) ao poder no Brasil.
As dívidas do Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, São Paulo, Corinthians e Palmeiras, na verdade ocorreram em razão do desvio de receita para a campanha do PT de 2002.
O Atentado de 11 de setembro de 2001, foi uma manobra de Bin Laden, para tirar o foco das atenções do Brasil para o recebimento de dinheiro para a campanha de Lula. Abalaram as estruturas.
E na semana que vem, não percam em Veja, na íntegra, tudo sobre o roubo de R$ 160.000.000, do Banco Central de Fortaleza, realizado por Zé Valério e Marcos Dirceu, imagens feitas por um cinegrafista amador que passava as férias em fortaleza e foi ao banco realizar um saque e em punho com sua filmadora acompanhou tudo.
E também em Veja, acompanhe tudo sobre as beatificações de Antônio Carlos Magalhães, Jorge Bornhausen, Arthur Virgílio e José Agripino Maia, brasileiros honestos, que dedicaram sua vida em ajudar o próximo. Serão beatificados em vida pelos ardorosos exemplos de fidelidade ao voto de pobreza.
P.S. Bomba!!!!! Lula cobra comissão da venda de Robinho ao Real Madrid.
Image by Buratti, Rogério

30.10.05

Instantes

Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido,
na verdade bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico.
Correria mais riscos,
viajaria mais,
contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas,
nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvete e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu
sensata e produtivamente cada minuto da vida,
claro que tive momentos de alegria.

Mas se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida,
só de momentos, não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um pára-quedas.

Se voltasse a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e
brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas já viram, tenho oitenta e cinco anos e
sei que estou morrendo.

Jorge Luis Borges
Viejo Brujo

Movimentos

A consciência não tinha lugar
O habitat era sem destino
Nenhuma escolha senão lutar
Para os covardes puro desatino

Cometiam o crime de pensar
Para o país do futuro libertar
sonha Emannuel, chora Honestino
com gritos altos clandestino

Presos. Carne e sangue tuas armaduras
Mentes e corações tua lança
Amargura, Estado Maior das torturas

Num dia de sol, uma criança
Com sorriso aberto sem rasuras
Fiel Filho do Brasil Esperança.

Um Brasileiro

Desesperança

Quanto de minha dor é minha
Quanto de amor é uno
Quanto de minha esperança é vida
Quanto de mim é tudo

Quanto deste mundo é mundo
Quanto desta agonia eu tinha
Quanto destes valores definha
Quanto disso tudo é oportuno

Tudo potencialmente necessidade
Tudo prioritariamente poucos
Tudo belicamente felicidade

Sempre mediocremente todos
Sempre covardemente desigualdade
Sempre tudo ao Rei dos tolos.

Um Brasileiro