Paris se torna palco de uma tragédia histórica, contudente e anunciada.
Paris vive sua décima segunda noite seguida de violência em suas ruas e bairros periféricos em razão sobretudo dos reflexos sociais urbanos erguidos nos últimos vinte anos. Após as gerações de imigrantes que ajudaram a reerguer a França, seus filhos não são aceitos pelo país que acolheram seus pais e que fizeram do seu solo o solo pátrio da primeira geração destes imigrantes.
Sem entrar nos pormenores da matéria propriamente dita, é claro a dificuldade dos países europeus em lidarem com os imigrantes e a xenofobia, seja na Alemanha dos Skinsreads ou agora na França deste momento crítico.
Vimos a pouco mais de um mês na Alemanha as eleições gerais, onde travaram uma batalha particular o lider Schröder e Angela Merkel, tendo com ponto basilar dos debates o desemprego que assola cerca de 9% da população economicamente ativa da Alemanha.
Dominique Villepin, primeiro ministro françês chega ao poder após o governo perder de forma clara o plebicito acerca do acatamento da Constituição da Comunidade Européia. Observa-se no entanto, que o voto "non" foi, apenas e tão somente, um reflexo frente a reprovação por parte do povo françês à forma com que vinha sendo desempenhada a política econômica sem resultados imediatos na questão dos empregos.
Entretanto, a questão que assola a França será experimentada por todas as grandes nações européias, sobretudo por ser uma justaposição de fatores econômicos, sociais, políticos, antropológicos e culturais.
Quase que como uma fórmula, os bairros onde moram as camadas mais baixas da população Parisiense também contam com um grande número de descedentes de imigrantes, e, é neste perfil onde o estado mais claramente mostra sua incapacidade de inclusão social e educacional, fazendo com que estes jovens Franceses descendentes tenham maiores dificuldades em conseguir um emprego.
Sentimento de opressão, rascismo e desemprego sempre foram combinações explosivas, e na França na poderia ser diferente, além disso uma "pitada" de TNT, quando o Ministro de Interior fez uma declaração infeliz e rascista, acirrando mais os ânimos entre polícia e manifestantes.
Pressão social aliada a Políticas Públicas inócuas não são caracteristicas apenas de países em desenvolvimento, trazem transtornos da maior ordem também à países ricos.
O Presidente Chirac terá que usar toda sua capacidade de articulação para não deixar o desdobrar desta crise social atingir a confiança nas instituições garantidoras da ordem.
1 comment:
Lá também há pobreza. A maioria dos imigrantes e seus filhos (mesmo quando franceses), não tem a atenção das autoridades. Minorias étnicas, religiosas à margem de tudo que a UE e a globalização podem oferecer.
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