11.12.06

Nunca mais outra vez!

O velório mais esperado dos três que marcaram a história do Chile, da América Latina e da Democracia ocidental.
O primeiro dos velórios foi o do presidente Salvador Allende em 11 de setembro de 1973, quando Pinochet, traindo vontade das urnas mata o socialista Allende, no cerco do palácio la moneda.
É enterrada junto com Allende, a democracia e a liberdade do bravo povo Chileno, que morreu para não renunciar a vontades das urnas, já que defendia que quem teria autoridade para tirá-lo de la moneda seriam os mesmos que lá o colocaram, ou seja, o povo chileno.
Pouco menos de duas semanas depois, o segundo velório, o Chile veria seu orgulho e sua alegria sendo enterrados junto com o poeta Pablo Neruda, velho e doente não suportou ver seu amigo e companheiro Allende morrer e junto com ele a democracia em seu país declamado em verso.
Pinochet, o pior de todos os ditadores da América Latina, trucidou 3.000 pessoas por pensarem diferente de sua posição política, fez do estádio nacional, um campo de extermínio e tortura, onde todos os subversivos eram presos, humilhados e mortos.
Além disso, Pinochet foi decisivo para a concretização da operação Condor, que era uma teia de informações sobre os contrários ao regime militar em toda América Latina, sobretudo, Chile, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, sendo um dos maiores crimes realizados pelos EEUU dentre diversos de sua autoria.
Por ironia do destino, Pinochet morre no dia internacional dos Direitos Humanos, como uma brincadeira da história para a posteridade, como isso, o dia internacional dos direitos humanos tem dois motivos para ser comemorado e debatido neste dia.
O luto da família de Pinochet é legítimo pela perda de um ente querido, mas politicamente a morte de Pinochet fecha um ciclo perverso e sombrio que nunca mais voltará a América Latina.
Após inúmeras vitórias da esquerda na América Latina, o funeral de Pinochet é, inquestionavelmente, o evento derradeiro e esperado que condena seu nome, sua conduta de silenciar gritos de homens e mulheres cheios de esperança numa América Latina livre e independente.
Salvador Allende. Presente!
Pablo Neruda. Presente!
3000 mil vozes. Presentes!

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