Como cidadão, advogado, professor
de direito e judeu não posso me furtar a debater o tema que ganha à mídia por
agora, mais um gatilho na arisca questão Árabe-Israelense.
Sempre, ao chegar no período
eleitoral em Israel começa uma escalada do horror, não inadvertidamente isto
ocorre. Fato claro e concreto é que esta escalada do horror cria uma sensação
de insegurança em Israel, e essa sensação leva a votos cada vez mais à direita,
cada vez mais para um caminho em sentido contrário à construção real e viável
da paz entre palestinos e judeus.
A direita e a extrema direita de
Israel não concebem nenhum esbouço de plano de paz que passe pela teoria dos
dois estados. E isso, por si só, condenam mães judias e palestinas a enterrarem
seus filhos nos últimos sessenta anos.
A questão Árabe-Israelense passa
de forma essencial pela construção ideal do entendimento da teoria dos dois
estados, não um de fato e outro de direito; não um dentro do outro. Mas, sim
dois estados, igualmente autônomos, independentes, nacionais e livres.
Felizmente, a esquerda Israelense e parte do povo judeu não aceita a situação em que Israel se encontra, com flagrantes desrespeito aos direitos humanos e a situação de palestinos que se assemelham as condições, tão amplamente repelida pela humanidade, do holocausto na segunda grande guerra.
Sob outra ótica, não raro os judeus e Israelenses são esteriotipados em sua totalidade como apoiadores totais e incondicionais da atual situação em Israel. O povo palestino, assim como judeus e quaisquer outras religiões e/ou etnias têm o sagrado direito a sua existência livre e pacífica junto aos seus.
Aos desavisados e revanchistas podem surgir o contra-argumento do hamas e sua pregação de ódio aos judeus. O discurso só encontra guarida quando existem brechas nas condutas. O ódio aos judeus fica de fácil concretização quando mães e pais palestinos têm filhos mortos por esta guerra desumana. Igualmente, o ódio judeu aos palestinos surge quando do pai ou mãe judia enterra um filho.
A solução de dois estados é a única capaz de desarticular o ódio no médio oriente, a solução de dois estados pode maior dimensionar as relações amistosas entre Israel e Cisjordânia, fazendo com que a coexistência possa construir um modelo duradouro de paz. Do Hebraico Chesed v'Shalom Alechem - que a paz e a graça estejam com vocês e do Árabe As Salam Aleikum - que a paz esteja sobre vós.