21.11.07

Chavez: Porque no te callas?

Sempre ao falar da esquerda na América Latina é imediata nossa lembrança história em Salvador Allende e Fidel Castro, mesmo existindo outros líderes que tentaram implementar medidas contrárias ao imperialismo onipresente do capital como Solano Lopez no final do século XIX, vítima da maior covardia bélica da história, infelizmente com apoio brasileiro, onde em conjunto com a Argentina e Uruguai seguiram os interesses da Inglaterra em destruir o único país que não se curvava ao império Inglês.
Após uma rápida tentativa de construção de um pensamento de esquerda no Brasil vimos que as reformas de base propostas por Jango e posteriormente por Tancredo Neves, numa breve experiência parlamentarista, não renderam frutos. E no cenário regional mergulhávamos em um tempo de regimes militares em todos os estados sul-americanos, com claro incentivo e interesse do EEUU, o que ficou chamado posteriormente de operação condor.
Em 1992 Chavez tenta um golpe de estado a frente de um contingente de 300 homens que cai após reação do das forças armada Venezuelana. Chavez fica preso por dois anos e depois disso é anistiado e volta à cena política como herói sendo eleito em 1998, Presidente da Venezuela.
Toma posse em 1999 e deflagra um movimento de reformas como nova constituinte e movimentos populares que fazem da “Quinta República” um movimento e modelo de gestão com alto índice de aclamação popular.
Após este cenário, começa uma reação no pensamento sul-americano, movimentado pela base intelectual de esquerda mundial que reunião anualmente em Porto Alegre no Fórum Mundial Social. Lula da Silva, Nicanor Duarte, Kirchner, Tabaré Vázquez, Rafael Correia, Alan Garcia, Michelle Bachelet, Evo Morales e Uribe, representantes de Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, Equador, Peru, Chile, Bolívia e Colômbia repectivamente, todos estes vitoriosos nos embates em que venceram candidatos mais conservadores. Infelizmente o México não segue esta tendência em razão de numa eleição polêmica o candidato direitista Felipe Calderon vence o progressista de centro-esquerda Andrés Lopez Obrador. Mas, este tema merece uma análise mais aprofundada em um texto único, já com o fim da supremacia do PRI partido que governou o México por longos 70 anos.
Chavez com sua chegada ao poder tem demostrado uma tendência ao totalistarismo que Hannah Arendt define como: “...As técnicas de governo e os expedientes do totalitarismo perecem simples e engenhosamente eficazes. Asseguram não apenas um absoluto monopólio do poder, mas a certeza incomparável de que todas as ordens serão sempre obedecidas; a multiplicidade das correias que acionam o sistema e a confusão da hierarquia assegura a completa independência do ditador em relação a todos os subordinados e possibilitam as súbitas e surpreendentes mudanças de política pelas quais o totalitarismo é famoso. A estrutura política do país mantém-se à prova de choques exatamente por ser amorfa.”
Chavez aparece na mídia recentemente com medidas que rasgam a constituição que ele mesmo liderou o processo de revisão, criticando o imperialismo e depois atacando um ex-lider de um país que já fazem dois anos perdeu seu poder, o ex-premier Espanhol José Maria Asnar. Até que acaba vítima de uma frase do Rei Juan Carlos que acaba sendo a frase que muito se quer grita para o chefe Venezuelano. Após a ação infeliz no Chile, o Comandante Chavez é visto em cena a mistosa com o premier Iraniano Mahmoud Ahmadinejad, talvez o maior nome para a insegurança bélica, comercial e de mercado na atualidade.
As infelizes e reiteradas atitudes de Chavez, orientam o cenário nacional a Buscar Lula da Silva como interlocutor regional da América latina, fato de fácil observação em razão do presidente brasileiro ter aparecido como a maior liderança América, em uma pesquisa recente, vencendo Bush, Fidel e Chavez, por coincidência os três últimos na lista de nomes.
Claramente existem duas esquerdas na América Latina, uma comedida que mantém os acordos realizados anteriormente com uma conduta morna, mas segura de ações a curto, médio e longo prazo. E outra, totalitária, evasiva e que busca a criação de uma tendência movida a vendas subsidiadas de petróleo e gás com um plano fraco sem objetivos e carecedor de propostas sérias e ações delimitadas.
Desta forma, a esquerda Chavista, que orienta ao próprio e ao Sancho Pancho Boliviano tendem a perder espaço ainda mais para a forma menos radical e mais moderada nas relações internacionais lideradas por Lula da Silva.
Sendo prudente ressaltar que nem Nestor ou qualquer outra pessoa sabe que orientação será dada pela presidente eleita Cristina Kirchner na Argentina, uma pequena burguesa que sonha suplantar Evita e Isabelita no imaginário Argentino. Por isso, pode ter ações inconstantes visando liderar o processo no continente afrontando assim o espaço Brasileiro nas contendas regionais.